Foi anunciada a rodagem de uma nova temporada, da famosa série de televisão dos anos 90, MacGyver. No entanto, estas novas aventuras não serão protagonizadas pelo actor original, mas sim por Gilberto Madaíl, actual presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Também o formato e conteúdo da série sofrerão profundas alterações, o que inclui o abandono da componente de acção. No entanto, manter-se-á a vertente suspense, sendo que, em vez de escapar a bombas, tiros e outros perigos com a ajuda de um canivete, muita imaginação e conhecimentos de Química e Física, Gilberto Madaíl, irá furtar-se à críticas e à responsabilidade por vários actos grotescos de incompetência, fazendo apenas uso dos infalíveis “culpabilização de outrém” e “eu estava doente nesse dia”. Estão desde já asseguradas as participações especiais, em alguns episódios, de Narciso Miranda, Rui Rio, José Manuel Barroso, Durão Barroso (este não sei quem é ...), Valentim Loureiro e Adelino Salvado, entre outros, num total que ronda os 10 milhões de convidados.
sexta-feira, agosto 27, 2004
Uma medalha para os deficientes
O Francis Obikwelu, um nigeriano naturalizado português, ganhou uma medalha nos Jogos Olímpicos de Atenas – “Fantástico! Fabuloso! Fenomenal!” ... o que em si, até nem me deixou muito satisfeito... Mas fico com um sorriso nos lábios, ao pensar nas trombas com que não terão ficado os xenófobos, racistas e afins ... afinal, o Obikwelu até lhes dedicou a medalha!
segunda-feira, agosto 23, 2004
Cadê o Grito?
Pois é, o Grito desvaneceu-se e restou apenas o eco reflectido na parede do museu de Oslo.
Ao que parece, os criminosos surgiram armados rugindo e ameaçando, forçaram o quadro
até se soltar da parede e seguiram caminho num distintíssimo Audi A6.
Não havia qualquer mecanismo de protecção ou dispositivo de alarme no famoso quadro de Edvard Munch que, curiosamente, já havia sido roubado antes, em 1994! Não satisfeitos, levaram também a Madonna. Tá mal! Em 10 anos não podiam ter colocado um arame de galinheiro, umas ratoeiras? Ao menos em Portugal isto não acontecia! Basta vermos como se dá valor à arte neste país: os orçamentos descomunais em esculturas para rotundas, os mosaicos de cores primárias nas paredes dos viadutos em contraste com a arte direccionada para as elites e a falta de recursos com que se debatem os jovens artistas, as exposições e espectáculos mais importantes sempre em Lisboa (bendito Museu de Serralves)... para não mencionar aquelas esculturas hediondas de José de Guimarães. OOps, já mencionei.
Ao que parece, os criminosos surgiram armados rugindo e ameaçando, forçaram o quadro
até se soltar da parede e seguiram caminho num distintíssimo Audi A6.
Não havia qualquer mecanismo de protecção ou dispositivo de alarme no famoso quadro de Edvard Munch que, curiosamente, já havia sido roubado antes, em 1994! Não satisfeitos, levaram também a Madonna. Tá mal! Em 10 anos não podiam ter colocado um arame de galinheiro, umas ratoeiras? Ao menos em Portugal isto não acontecia! Basta vermos como se dá valor à arte neste país: os orçamentos descomunais em esculturas para rotundas, os mosaicos de cores primárias nas paredes dos viadutos em contraste com a arte direccionada para as elites e a falta de recursos com que se debatem os jovens artistas, as exposições e espectáculos mais importantes sempre em Lisboa (bendito Museu de Serralves)... para não mencionar aquelas esculturas hediondas de José de Guimarães. OOps, já mencionei.
domingo, agosto 22, 2004
Perigo na Estrada
Ontem, fui ameçado com porrada! Estava eu ao volante – as cousas que eu vejo na estrada! Já contei aquela da tipa que vinha em sentido contrário numa rotunda ...? – quando um indivíduo, numa manobra bem portuguesa, circulava em sentido contrário numa rua de sentido único. Ora, isto irritou e muito, e com toda a razão, um outro condutor. Eu, que precisava cruzar o caminho dos dois, estava indeciso sobre se deveria ou não avançar, enquanto os outros dois discutiam. Às tantas, o “condutor com razão” decide desandar, e então pára ao meu lado, e desata a barafustar comigo e a oferecer-me porrada! Tá mal!
Ele não sabe o quanto isso foi perigoso!
Ele não sabe os riscos que correu ...
Ele ... não sabe que andam por aí condutores, absolutamente insuspeitos, aparentemente pacíficos, que por vezes se “passam”, e então saem dos seus automóveis com uma carabina semi-automática Armalite AR10 de pressão, e começam a disparar tiro após tiro após tiro sobre os outros condutores ...
Ele não sabe o quanto isso foi perigoso!
Ele não sabe os riscos que correu ...
Ele ... não sabe que andam por aí condutores, absolutamente insuspeitos, aparentemente pacíficos, que por vezes se “passam”, e então saem dos seus automóveis com uma carabina semi-automática Armalite AR10 de pressão, e começam a disparar tiro após tiro após tiro sobre os outros condutores ...
quarta-feira, agosto 18, 2004
Olha m'este
Na tv, no rescaldo do referendo realizado na Venezuela, que legitimou Hugo Chávez, como presidente daquele país, um luso-venezuelano residente na Madeira, questionou a validade dos resultados desse mesmo referendo, e criticou o "regime" (pouco democrático, leia-se) daquele presidente. Não 'tá mal', tá péssimo! Oh meu amigo: Alberto João Jardim, despotismo ... ring a bell? Mais ridículo, parece impossível.
domingo, agosto 15, 2004
Cuspa aqui II
Ah ha! Eis um acto ditador a favor do civismo! "Cuspir nas ruas de Pequim dá multa de US$ 6. O governo baixou essa resolução para tentar limpar a cidade que, no mês que vem, sediará um congresso do Partido Comunista." Quando é que se implementa esta cena em Portugal??
sábado, agosto 14, 2004
Big Fahrenheit Brother
Sentei-me no cinema sem as habituais pipocas e a habitual "água suja do imperialismo americano", vulgo, a coca-cola. Afinal estava prestes a presenciar uma das maiores campanhas anti-eleitorais dos estates.
O genérico começa com uma simples melodia em guitarra, tocada por um dos produtores do documentário e passa em revista algumas situações caricatas em que os políticos e os entrevistadores são maquiados e penteados antes da sua aparição nos media.
A 1ªparte entusiasmou-me. Nunca fui fã do Sr Bush. Ganhei-lhe uma aversão miudinha quando, como governador do Texas, negou o pedido de clemência e sentenciou à morte uma mulher que, após anos de abusos e violêcia doméstica, decidira fazer justiça com as suas próprias mãos. Aliás, durante esse período, decidiu acelerar o ritmo das execuções e de janeiro a agosto de 1999 já 20 pessoas haviam sido executadas.
Gostei da imagem, da narração, das entrevistas e do facto do documentário dar voz à desconfiança de muitos no que diz respeito a uma suposta ligação entre a família Bush e a família Bin Laden e os acontecimentos que precederam o 11 de Setembro.
A veia humorada de Moore, porém, esmoreceu na 2ª parte: o início da guerra no Iraque. Qual activista em desespero pela causa, qual quê? Nada justifica as perguntas lamechas e o tom condescendente de "sim, eu sei o que isso é" ao entrevistar uma mãe destroçada pela dor da perda de um filho, morto no Iraque. Qual Big Brother, Moore aproximou-se sem pudor de muitos dos reality shows que recuso ver. Os grandes planos das lágrimas e da angústia de uma mãe frente à Casa Branca provocaram em mim talvez o efeito contrário do que Moore pretendia.
E qualquer piada depois disto não me moveu um músculo.
O genérico começa com uma simples melodia em guitarra, tocada por um dos produtores do documentário e passa em revista algumas situações caricatas em que os políticos e os entrevistadores são maquiados e penteados antes da sua aparição nos media.
A 1ªparte entusiasmou-me. Nunca fui fã do Sr Bush. Ganhei-lhe uma aversão miudinha quando, como governador do Texas, negou o pedido de clemência e sentenciou à morte uma mulher que, após anos de abusos e violêcia doméstica, decidira fazer justiça com as suas próprias mãos. Aliás, durante esse período, decidiu acelerar o ritmo das execuções e de janeiro a agosto de 1999 já 20 pessoas haviam sido executadas.
Gostei da imagem, da narração, das entrevistas e do facto do documentário dar voz à desconfiança de muitos no que diz respeito a uma suposta ligação entre a família Bush e a família Bin Laden e os acontecimentos que precederam o 11 de Setembro.
A veia humorada de Moore, porém, esmoreceu na 2ª parte: o início da guerra no Iraque. Qual activista em desespero pela causa, qual quê? Nada justifica as perguntas lamechas e o tom condescendente de "sim, eu sei o que isso é" ao entrevistar uma mãe destroçada pela dor da perda de um filho, morto no Iraque. Qual Big Brother, Moore aproximou-se sem pudor de muitos dos reality shows que recuso ver. Os grandes planos das lágrimas e da angústia de uma mãe frente à Casa Branca provocaram em mim talvez o efeito contrário do que Moore pretendia.
E qualquer piada depois disto não me moveu um músculo.

sexta-feira, agosto 13, 2004
Media para isto
Eles andem aí. Nas cidades, nas vilas, nas localidades ... Toda a gente já os viu, é impossível não reparar (até porque a discrição não é o seu forte). Os tuners, essa pacífica comunidade, que cumpre escrupulosamente o Código da Estrada, está em estado de graça. Como se já não bastasse o facto de a Polícia fazer “ouvidos moucos” ao ronco ensurdecedor (muito agradável durante a madrugada!) e completamente cega à luz ofuscante e encadeante (muito útil para quem quer ajudar a enriquecer as seguradoras) das suas viaturas, eis que, como não podia deixar de ser num mundo tão mediatizado como o nosso, estes pacatos indivíduos têm o seu próprio programa televisivo. Até aqui, tudo bem.
O problema está na linguagem usada no referido programa. Talvez a razão pela qual eu não percebo patavina do que o locutor debita, seja o facto de eu ser um leigo na matéria, ainda assim parece-me que até o público-alvo tem alguma dificuldade em compreender o que significa “contrastando cromáticamente” ou “inseminada na parte posterior”. Será que fizeram um programa para eruditos do Tuning? Seja como for, tá mal! Tá mal, porque o pessoal não gosta de palavras complicadas. Para quê louvar o “look de vanguarda” de um bólide, quando bastava dizer “bué de cool” e o pessoal curtia mais e todos ficavam a perceber? O tuner é um indivíduo ocupado com decisões de enorme importância, como escolher entre as cortinas com o leão, ou com as palmeiras; ou se fica mais melhor o cd, ou o terço pendurado no retrovisor, e não tem tempo a perder com complicações fúteis. Tá mal!
No final, salva-se o tradicional apelo feito a todo o espectador tuner, para que com “a sua condução contribua para o bom nome do Tuning em Portugal”. Tá bem. As contribuições para o bom gosto, é que é melhor deixar para outros ...
O problema está na linguagem usada no referido programa. Talvez a razão pela qual eu não percebo patavina do que o locutor debita, seja o facto de eu ser um leigo na matéria, ainda assim parece-me que até o público-alvo tem alguma dificuldade em compreender o que significa “contrastando cromáticamente” ou “inseminada na parte posterior”. Será que fizeram um programa para eruditos do Tuning? Seja como for, tá mal! Tá mal, porque o pessoal não gosta de palavras complicadas. Para quê louvar o “look de vanguarda” de um bólide, quando bastava dizer “bué de cool” e o pessoal curtia mais e todos ficavam a perceber? O tuner é um indivíduo ocupado com decisões de enorme importância, como escolher entre as cortinas com o leão, ou com as palmeiras; ou se fica mais melhor o cd, ou o terço pendurado no retrovisor, e não tem tempo a perder com complicações fúteis. Tá mal!
No final, salva-se o tradicional apelo feito a todo o espectador tuner, para que com “a sua condução contribua para o bom nome do Tuning em Portugal”. Tá bem. As contribuições para o bom gosto, é que é melhor deixar para outros ...
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